Qual será o papel da energia de biomassa na matriz energética brasileira e por que hoje ela é considerada a terceira fonte mais utilizada no País?
Com tantas discussões acerca dos impactos ambientais causados pela queima de combustíveis fósseis, vem se formando um maior interesse por alternativas mais sustentáveis. A energia de biomassa, nesse sentido, ganha notoriedade uma vez que suas matérias-primas orgânicas geram menos emissões de gases causadores do efeito estufa.
Neste conteúdo, vamos falar sobre essa fonte energética e compreender do que se trata e quais são seus prós e contras.
O que é energia de biomassa?
Assim como mencionado no início do texto, a energia de biomassa vai no caminho contrário à queima de combustíveis fósseis uma vez que ela é resultado da queima de matérias-primas orgânicas e descarta a utilização de alguns derivados como petróleo, gás natural e carvão. A biomassa, na verdade, é produzida de subprodutos da agricultura e pecuária na sua maior parte, onde podemos citar:
- Lenha;
- Bagaço da cana-de-açúcar;
- Papel e papelão;
- Madeira;
- Galhos e folhas de árvores;
Dessa forma, como primeiro ponto positivo dessa energia, podemos destacar seu grande potencial e diferencial de ser renovável. Como?
A queima desses “organismos vivos” libera CO² na atmosfera e as plantas, através do seu processo natural de fotossíntese, transformam o dióxido de carbono (CO²) em hidratos de carbono, liberando oxigênio. E assim, dessa forma, cria-se um ciclo natural e renovável de produção de energia.
Como é gerada?
De forma geral, a energia é gerada a partir da conversão do calor gerado pela queima dos materiais acima mencionados em energia, através de quatro principais formas: combustão, gaseificação, pirólise e co-combustão. Veja como funciona cada uma:
- Combustão: Aqui, o vapor produzido pela queima em alta temperatura promove eletricidade.
- Gaseificação: Na Gaseificação, o hidrogênio se mistura ao monóxido de carbono e a biomassa é queimada sem a presença do oxigênio também, gerando o que chamamos de biocombustível.
- Pirólise: Assim como na Combustão, na pirólise a alta temperatura também é utilizada na queima, mas há uma ausência de oxigênio que acelera a decomposição da matéria-prima. Essa maneira produz carvão vegetal e biomassa-óleo, por exemplo, mas também é possível gerar eletricidade.
- Co-combustão: A co-combustão substitui a biomassa por carvão mineral para produzir energia e assim, consegue gerar menos emissão de poluentes e reduz desperdícios.
Biomassa: a terceira fonte de energia mais utilizada no Brasil
Algumas vantagens da produção de energia de biomassa merecem ser destacadas, como seu baixo custo de produção. Citar esse ponto é fundamental para entender o papel estratégico da sua utilização no Brasil, uma vez que possuímos extensas áreas propícias para cultivos de matéria-prima e boas condições climáticas ao longo do ano. Aqui, podemos destacar, por exemplo, a produção do bagaço da cana-de-açúcar, considerado hoje o recurso de maior potencial.
Com isso, alguns estudos, como o realizado pela Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, já colocam a biomassa como uma das fontes de maior potencial no País com capacidade, inclusive, de reduzir a dependência que possuímos dos combustíveis fósseis. Hoje, segundo dados disponibilizados pelo governo, a biomassa representa 9% da matriz energética brasileira.
E além da cana-de-açúcar, outros recursos possuem também potencial de aproveitamento, como a andiroba, babaçu e o azeite de dendê.
Prós e contras
Ademais, além dos pontos já mencionados, como o fato da biomassa ser uma fonte energética renovável e possuir baixo custo de produção, podemos destacar outros fatores considerados vantajosos:
- Redução na emissão de gases poluentes;
- Armazenamento, conversão e transporte fáceis;
- Vasta possibilidade de materiais para ser gerada;
- Aproveitamento dos resíduos.
No entanto, apesar de tantas vantagens encontradas, alguns contras também merecem ser levados em consideração. Infelizmente, por utilizar “organismos vivos”, não se pode descartar possíveis impactos ambientais que possam a vir comprometer a fauna e flora ou até contribuir para formação de chuva ácida.
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